Cassie Azevedo
7 min de leitura
07 Mar
07Mar

A questão dos hormônios e a reposição hormonal estão intrinsecamente ligadas à menopausa e ao risco de câncer, especialmente o câncer de mama e o câncer de endométrio.

Durante a menopausa, ocorre uma diminuição natural dos níveis de estrogênio e progesterona no organismo da mulher. Esses hormônios desempenham papéis fundamentais na regulação do ciclo menstrual, na saúde óssea, na função cardiovascular e em muitos outros aspectos do corpo feminino. 

Com a queda desses hormônios, muitas mulheres experimentam sintomas desconfortáveis, como ondas de calor, insônia, secura vaginal e alterações de humor.

A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma opção de tratamento comum para aliviar os sintomas da menopausa. Ela consiste na administração de hormônios sintéticos, como estrogênio e progesterona, para restabelecer os níveis hormonais e aliviar os sintomas. 

No entanto, o uso da TRH tem sido associado a um aumento do risco de certos tipos de câncer, principalmente o câncer de mama e o câncer de endométrio.

Estudos científicos têm demonstrado que o uso prolongado da TRH, especialmente com altas doses e por longos períodos de tempo, pode aumentar o risco de desenvolvimento desses tipos de câncer. 

O risco parece ser maior quando a TRH inclui a administração de estrogênio isolado, sem a oposição da progesterona em mulheres que ainda possuem útero.

Portanto, antes de iniciar a terapia de reposição hormonal, é essencial que a mulher discuta os potenciais benefícios e riscos com seu médico. 

O médico irá considerar fatores como idade, histórico médico pessoal e familiar, e outros fatores de risco para determinar se a TRH é apropriada e segura para a paciente. 

Além disso, é importante que a TRH seja prescrita na menor dose eficaz pelo menor período de tempo necessário para aliviar os sintomas, e que a mulher seja submetida a monitoramento regular para detectar quaisquer complicações ou efeitos adversos.

Outro assunto importante  e pouco comentado é  a Reposição Hormonal que é feita através de produtos manipulados em farmácias de manipulação. 

Estes medicamentos seguem princípios semelhantes à Reposição Hormonal por produtos químicos de laboratório, porém, existem algumas diferenças importantes.

  1. Personalização: Uma das principais vantagens da reposição hormonal manipulada é a capacidade de personalização. Os produtos manipulados podem ser adaptados às necessidades específicas de cada paciente, levando em consideração fatores como idade, histórico médico, sintomas e resposta ao tratamento.
  2. Formulação: Os produtos manipulados são elaborados de acordo com uma fórmula prescrita pelo médico, que pode incluir diferentes tipos de hormônios, doses e formas de administração. Isso permite uma maior flexibilidade no tratamento e a possibilidade de combinar diferentes hormônios conforme a necessidade de cada paciente.
  3. Componentes Adicionais: Além dos hormônios, os produtos manipulados podem conter outros ingredientes ativos ou excipientes que não estão presentes nos produtos comerciais. Isso pode ser vantajoso para algumas pacientes, pois permite a inclusão de substâncias complementares que possam potencializar os efeitos do tratamento ou minimizar seus efeitos colaterais.
  4. Controle de Qualidade: Tanto os produtos manipulados quanto os produtos químicos de laboratório devem atender a padrões de qualidade rigorosos para garantir sua eficácia e segurança. As farmácias de manipulação devem seguir as boas práticas de manipulação estabelecidas pela legislação local e ser regularmente inspecionadas pelos órgãos reguladores.

No entanto, é importante ressaltar que a reposição hormonal manipulada também apresenta alguns riscos e limitações. 

Nem todas as substâncias podem ser manipuladas com a mesma eficácia que os produtos comerciais, e a qualidade e estabilidade dos produtos podem variar dependendo da competência da farmácia de manipulação. 

Além disso, a personalização dos tratamentos pode tornar o acompanhamento e a padronização do tratamento mais desafiadores.

Em resumo, a reposição hormonal manipulada pode ser uma opção válida para algumas pacientes, especialmente aquelas que não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais ou que necessitam de uma abordagem mais individualizada. 

No entanto, é fundamental que o tratamento seja prescrito e supervisionado por um médico experiente, que possa avaliar os riscos e benefícios do uso desses produtos e monitorar a resposta ao tratamento ao longo do tempo.

Os tratamentos de reposição hormonal mais comuns e amplamente indicados atualmente por médicos e ginecologistas incluem:

  1. Terapia de Reposição Hormonal (TRH) combinada: Esta forma de tratamento envolve a administração de estrogênio juntamente com progesterona (em mulheres que ainda possuem útero) para aliviar os sintomas da menopausa. A combinação de estrogênio e progesterona ajuda a reduzir o risco de câncer de endométrio em mulheres que ainda têm o útero.
  2. Estrogênio isolado (para mulheres que fizeram histerectomia): Mulheres que fizeram histerectomia (remoção do útero) geralmente recebem apenas estrogênio como terapia de reposição hormonal, já que não precisam da progesterona para proteger o revestimento do útero. Isso pode ser administrado na forma de comprimidos, adesivos, cremes ou géis.
  3. Terapia hormonal combinada sequencial: Neste tipo de TRH, as mulheres tomam estrogênio diariamente e progesterona por um determinado número de dias por mês. Essa abordagem pode ser preferida por algumas mulheres que desejam ter ciclos menstruais regulares, mesmo durante a menopausa.
  4. Terapia hormonal de baixa dose: A terapia hormonal de baixa dose envolve a administração de doses mais baixas de estrogênio e progesterona, o que pode reduzir o risco de efeitos colaterais, como sangramento vaginal irregular e sensibilidade mamária.
  5. Estrogênio localizado: Para mulheres que sofrem predominantemente com sintomas de ressecamento vaginal e desconforto durante a relação sexual, o estrogênio pode ser administrado localmente na forma de cremes, anéis vaginais ou comprimidos vaginais. Isso pode ajudar a aliviar os sintomas sem afetar significativamente os níveis hormonais no resto do corpo.

É importante ressaltar que a escolha do tipo de terapia de reposição hormonal depende das necessidades individuais de cada mulher, incluindo sua saúde geral, histórico médico, sintomas específicos da menopausa e fatores de risco para certas condições, como câncer de mama e trombose. 

Por isso, é fundamental que as mulheres discutam suas opções de tratamento com um médico ou ginecologista, que pode orientá-las na escolha da melhor abordagem para seu caso específico.

Pesquisas sobre a melhoria dos sintomas da menopausa são realizadas por uma variedade de cientistas, instituições acadêmicas e organizações de saúde em todo o mundo.

Algumas das áreas de pesquisa incluem novas terapias hormonais, métodos não hormonais para o alívio dos sintomas, intervenções comportamentais e estilo de vida, bem como estudos sobre os efeitos a longo prazo da menopausa na saúde.

Aqui estão alguns exemplos de cientistas, universidades e organizações envolvidas nessa pesquisa:

  1. Mayo Clinic - A Mayo Clinic é uma instituição médica acadêmica de renome mundial que realiza pesquisas sobre uma variedade de condições de saúde, incluindo a menopausa. Seus pesquisadores investigam novas abordagens para o tratamento dos sintomas da menopausa, bem como estratégias para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante essa fase.
  2. Harvard University - A Harvard University é conhecida por suas pesquisas de ponta em diversas áreas da saúde. Os cientistas de Harvard têm conduzido estudos sobre a relação entre a menopausa e condições como osteoporose, doenças cardiovasculares e câncer de mama, além de explorar novas opções de tratamento para aliviar os sintomas da menopausa.
  3. The North American Menopause Society (NAMS) - A NAMS é uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção da saúde e ao bem-estar das mulheres durante a transição da menopausa. A organização realiza pesquisas, fornece recursos educacionais e promove a conscientização sobre questões relacionadas à menopausa entre profissionais de saúde e o público em geral.
  4. National Institutes of Health (NIH) - Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) financiam e conduzem uma ampla gama de pesquisas sobre a menopausa e outras questões de saúde da mulher. Eles apoiam estudos clínicos, pesquisas básicas e epidemiológicas para entender melhor os mecanismos subjacentes à menopausa e desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento.
  5. European Menopause and Andropause Society (EMAS) - A EMAS é uma organização europeia dedicada ao estudo da menopausa e da andropausa. Seus membros incluem pesquisadores, médicos e profissionais de saúde de toda a Europa que colaboram para avançar o conhecimento sobre os sintomas da menopausa e desenvolver melhores abordagens de tratamento.

Esses são apenas alguns exemplos de instituições e organizações que estão ativamente envolvidas na pesquisa sobre a menopausa e na busca por avanços na saúde da mulher. 

É um campo em constante evolução, com cientistas e profissionais de saúde trabalhando juntos para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante essa fase de transição. 

Para obter informações atualizadas sobre pesquisas relacionadas à menopausa e tratamentos disponíveis, recomendo que você visite os seguintes tipos de fontes:

  1. Sites de Instituições de Pesquisa em Saúde da Mulher: Universidades e centros de pesquisa dedicados à saúde da mulher frequentemente publicam informações sobre pesquisas em andamento e descobertas recentes. Alguns exemplos incluem o Centro Nacional de Informações sobre a Menopausa (NAMS) e a Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS).
  2. Portais de Saúde de Governos: Muitos governos têm portais de saúde que fornecem informações atualizadas sobre uma variedade de tópicos de saúde, incluindo a menopausa e pesquisas relacionadas. Verifique se há informações disponíveis nos sites de órgãos de saúde governamentais, como o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Saúde (NIH) nos Estados Unidos ou a NHS no Reino Unido.
  3. Revistas Científicas Especializadas: Revistas acadêmicas e científicas especializadas em ginecologia, endocrinologia e saúde da mulher frequentemente publicam estudos e pesquisas relacionadas à menopausa. Alguns exemplos incluem o "Menopause: The Journal of The North American Menopause Society" e o "Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism".
  4. Organizações de Saúde Internacional: Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) podem fornecer informações sobre pesquisas globais e diretrizes de saúde relacionadas à menopausa.

Ao buscar informações sobre pesquisas relacionadas à menopausa, é importante avaliar a credibilidade e a fonte das informações, garantindo que sejam provenientes de fontes confiáveis e baseadas em evidências científicas. 


ACESSE AQUI: O LINDA E FELIZ NA MENOPAUSA 

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