DENGUE: Guia Completo - Sintomas, Vacinas e Estratégias de Prevenção!

Por Cassie Azevedo

A Dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que se tornou uma preocupação global de saúde pública. 

Originária de regiões tropicais e subtropicais, a Dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. 

Neste artigo, exploraremos os sintomas da Dengue, as opções de vacinas disponíveis, dicas de alimentação para fortalecer o sistema imunológico e estratégias de prevenção.

Sintomas da Dengue

Os sintomas da Dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. Os sinais mais comuns incluem:

  1. Febre Alta: Uma febre repentina e intensa é um dos sintomas mais característicos da Dengue. A temperatura pode atingir até 40°C.
  2. Dor de Cabeça: Muitas pessoas com Dengue experimentam dores de cabeça intensas, que podem ser acompanhadas por dor atrás dos olhos.
  3. Dores Musculares e Articulares: A Dengue pode causar dores musculares e nas articulações, semelhantes às observadas na gripe.
  4. Fadiga: Uma sensação de cansaço extremo é comum durante a infecção por Dengue.
  5. Erupção Cutânea: Alguns pacientes desenvolvem uma erupção cutânea avermelhada que pode se espalhar pelo corpo.
  6. Náuseas e Vômitos: Problemas gastrointestinais, como náuseas e vômitos, também podem ocorrer.

Em casos mais graves, a Dengue pode evoluir para Dengue Hemorrágica ou Síndrome de Choque da Dengue, que podem ser fatais se não forem tratadas adequadamente.

Vacinas contra a Dengue

Atualmente, existem vacinas disponíveis para prevenir a Dengue em algumas regiões do mundo. 

As vacinas mais comuns são baseadas em vírus vivos atenuados, e são administradas em duas ou três doses, dependendo da marca. 

No entanto, é importante ressaltar que essas vacinas não estão disponíveis em todos os países e podem não ser adequadas para todas as faixas etárias.

As vacinas contra a Dengue têm demonstrado reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença em pessoas vacinadas. 

No entanto, é essencial continuar adotando medidas de prevenção, mesmo após a vacinação, já que nenhuma vacina oferece proteção total.

Alimentação para Fortalecer o Sistema Imunológico

Uma alimentação saudável desempenha um papel crucial na manutenção de um sistema imunológico forte, que pode ajudar na prevenção de doenças como a Dengue. 

Aqui estão alguns alimentos que podem fortalecer o sistema imunológico e ajudar a combater infecções virais:

  1. Frutas Cítricas: Laranjas, limões, e tangerinas são ricos em vitamina C, que é conhecida por fortalecer o sistema imunológico.
  2. Vegetais Verdes Escuros: Espinafre, brócolis e couve são excelentes fontes de vitaminas e minerais que ajudam a manter o sistema imunológico saudável.
  3. Alho: O alho contém compostos que possuem propriedades antivirais e antibacterianas, que podem ajudar na prevenção de infecções.
  4. Gengibre: O gengibre tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico e combater infecções.
  5. Proteínas Magras: Alimentos como peixe, frango e tofu são ricos em proteínas, que são essenciais para a construção de células imunológicas.

Prevenção da Dengue

Prevenir a Dengue envolve a eliminação dos criadouros de mosquitos e a proteção contra picadas de mosquito. 

Seguem algumas medidas que podem ajudar a prevenir a propagação da Dengue:

  1. Eliminar Água Parada: Remova recipientes que possam acumular água, como pneus velhos, recipientes de plástico e vasos de plantas.
  2. Manter Recipientes de Água Cobertos: Mantenha os tambores de água, tanques e caixas d'água bem fechados para evitar que os mosquitos depositem ovos.
  3. Utilizar Telas Mosquiteiras: Instale telas em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos em casa.
  4. Usar Repelentes: Use repelentes de mosquitos contendo DEET, picaridina ou óleo de eucalipto limão quando estiver ao ar livre.
  5. Usar Roupas Adequadas: Use roupas de mangas compridas e calças compridas, especialmente durante o amanhecer e o anoitecer, quando os mosquitos estão mais ativos.

É crucial entender por que a Dengue pode ser fatal, mesmo sendo uma doença viral que geralmente é autolimitada e apresenta sintomas leves na maioria dos casos. 

Existem várias razões pelas quais a Dengue pode se tornar uma condição grave e potencialmente fatal:

Complicações da Dengue Clássica

  1. Dengue Hemorrágica (DH): Em alguns casos, a Dengue clássica pode evoluir para Dengue Hemorrágica, uma forma mais grave da doença. Nesse estágio, os vasos sanguíneos se tornam mais permeáveis, levando a sangramentos internos, diminuição da pressão arterial e choque circulatório.
  2. Síndrome de Choque da Dengue (SCD): A Síndrome de Choque da Dengue é uma complicação grave que pode se desenvolver rapidamente em casos de Dengue Hemorrágica. Nessa condição, a pressão arterial cai para níveis perigosamente baixos, levando a órgãos vitais não receberem sangue suficiente, o que pode resultar em falência de múltiplos órgãos e morte se não for tratada imediatamente.

Fatores de Risco

  1. Fatores Socioeconômicos: A falta de acesso a cuidados de saúde adequados, condições de vida precárias e a falta de saneamento básico aumentam o risco de complicações graves da Dengue.
  2. Condições Médicas Pré-existentes: Indivíduos com condições médicas subjacentes, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, têm maior probabilidade de desenvolver complicações graves da Dengue.

Infecções Secundárias

  1. Infecções por Outros Sorotipos: Existem quatro sorotipos diferentes do vírus da Dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Uma pessoa que tenha sido infectada por um sorotipo específico pode desenvolver imunidade vitalícia contra esse sorotipo, mas ainda pode ser infectada por outro sorotipo no futuro. Infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de complicações graves, como Dengue Hemorrágica e Síndrome de Choque da Dengue.

Resposta Imunológica

  1. Resposta Imunológica Exagerada: Em alguns casos, o sistema imunológico pode reagir de maneira exagerada à infecção pelo vírus da Dengue, desencadeando uma resposta inflamatória generalizada que pode danificar os tecidos e órgãos do corpo.
  2. Citocinas Inflamatórias: Durante a infecção por Dengue, o corpo produz uma variedade de citocinas inflamatórias em resposta ao vírus. Em casos graves, essa resposta inflamatória pode ser descontrolada, causando danos aos tecidos e órgãos do corpo.

Em resumo, a Dengue pode ser fatal devido a complicações graves, como Dengue Hemorrágica e Síndrome de Choque da Dengue, que podem resultar de uma resposta imunológica exagerada do corpo, infecções secundárias por diferentes sorotipos do vírus da Dengue e fatores de risco socioeconômicos e médicos. 

É fundamental reconhecer os sintomas precocemente, buscar atendimento médico adequado e adotar medidas de prevenção para reduzir o impacto da doença.

O tratamento de pacientes com sintomas graves de Dengue, como Dengue Hemorrágica (DH) ou Síndrome de Choque da Dengue (SCD), geralmente é realizado em ambiente hospitalar e requer cuidados intensivos.

 Abaixo estão algumas das principais abordagens terapêuticas utilizadas:

Hidratação Intravenosa

  • A hidratação intravenosa é uma parte crucial do tratamento para pacientes com Dengue grave. Isso envolve a administração de líquidos intravenosos para repor os fluidos perdidos devido à febre, vômitos, diarreia e hemorragias, ajudando a manter a pressão arterial e a circulação sanguínea.

Monitoramento Clínico

  • Pacientes com Dengue grave são monitorados de perto para detectar sinais de complicações, como diminuição da pressão arterial, alterações nos níveis de hematócrito (concentração de glóbulos vermelhos no sangue), sangramentos e disfunção de órgãos.

Transfusão de Sangue

  • Em casos de Dengue Hemorrágica, pode ser necessária a transfusão de sangue ou componentes sanguíneos, como plaquetas, para corrigir a trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas sanguíneas) e controlar os sangramentos.

Monitoramento Hematológico

  • O monitoramento regular dos níveis de plaquetas e outros parâmetros sanguíneos é essencial para avaliar a gravidade da doença e orientar o tratamento.

Administração de Medicamentos

  • Em alguns casos, podem ser administrados medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos para reduzir a dor e antipiréticos para controlar a febre. No entanto, alguns medicamentos, como AINEs (anti-inflamatórios não esteroides) e aspirina, devem ser evitados devido ao risco de sangramento.

Cuidados de Suporte

  • Além disso, os pacientes com Dengue grave podem necessitar de cuidados de suporte, como oxigenoterapia, suporte ventilatório e tratamento de outras complicações médicas que possam surgir, como insuficiência renal, hepática ou respiratória.

Orientação Nutricional

  • Uma dieta adequada, rica em nutrientes e fácil de digerir, pode ser recomendada para pacientes com Dengue grave, para garantir uma boa nutrição durante o período de recuperação.

É importante ressaltar que o tratamento da Dengue grave deve ser realizado por profissionais de saúde qualificados em ambiente hospitalar, onde podem ser fornecidos os cuidados intensivos necessários. 

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar as chances de recuperação e reduzir o risco de complicações graves e morte. 

Posso Contrair Dengue Mais De Uma Vez?

É possível contrair Dengue mais de uma vez ao longo da vida. 

A Dengue é causada por quatro sorotipos diferentes do vírus da Dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Uma vez infectado por um sorotipo específico, o indivíduo desenvolve imunidade vitalícia contra esse sorotipo, o que significa que ele provavelmente não será infectado novamente pelo mesmo sorotipo.

No entanto, a imunidade adquirida contra um sorotipo específico não fornece proteção contra os outros sorotipos. 

Portanto, é possível ser infectado por um sorotipo diferente do vírus da Dengue após se recuperar de uma infecção anterior. 

Na verdade, a infecção por um sorotipo diferente pode aumentar o risco de complicações graves, como Dengue Hemorrágica e Síndrome de Choque da Dengue.

É importante notar que, embora a imunidade adquirida após a infecção possa reduzir a gravidade dos sintomas em infecções subsequentes pelo mesmo sorotipo, ainda é possível adoecer novamente e desenvolver complicações graves. 

Portanto, é essencial continuar adotando medidas de prevenção, como controle de mosquitos e eliminação de criadouros, mesmo após se recuperar de uma infecção por Dengue. 

Além disso, a pesquisa sobre vacinas contra a Dengue visa fornecer proteção contra todos os sorotipos do vírus, o que pode ajudar a reduzir a incidência da doença e suas complicações.

Pessoas Idosas e Crianças podem Ser Vacinadas contra Dengue?

Sim, pessoas idosas e crianças podem receber a vacina contra a Dengue, mas a disponibilidade e as recomendações variam de acordo com o país e a autoridade de saúde local.

No Brasil, por exemplo, a vacina contra a Dengue foi aprovada para uso em pessoas entre 9 e 45 anos de idade, e é administrada em três doses com intervalos específicos entre elas. 

No entanto, a vacina não é recomendada para crianças menores de 9 anos e adultos com mais de 45 anos de idade, devido a questões de segurança e eficácia.

As autoridades de saúde geralmente consideram fatores como idade, histórico de infecção por Dengue, risco de exposição ao vírus e recomendações específicas da vacina ao decidir quem deve receber a vacina contra a Dengue. 

Crianças e idosos podem ser incluídos em programas de vacinação se estiverem dentro dos critérios de elegibilidade estabelecidos.

É importante consultar um médico ou profissional de saúde qualificado para obter orientação específica sobre a vacinação contra a Dengue, especialmente para pessoas idosas e crianças, a fim de garantir que a vacinação seja segura e eficaz para cada indivíduo.

A Vacina da Dengue Tem Contra-Indicação?

Sim, a vacina contra a Dengue tem algumas contraindicações e precauções que devem ser consideradas antes da administração. 

As contraindicações e precauções variam de acordo com a marca específica da vacina e as diretrizes de saúde locais. Algumas das contraindicações e precauções comuns incluem:

Contraindicações:

  1. Histórico de Reação Alérgica Grave a Componentes da Vacina: Se uma pessoa teve uma reação alérgica grave (anafilaxia) a qualquer componente da vacina contra a Dengue, ela deve evitar receber a vacina.
  2. Imunossupressão Severa: Pessoas com imunossupressão severa devido a condições médicas, como HIV/AIDS, ou devido a tratamentos, como quimioterapia ou uso prolongado de corticosteroides, geralmente são aconselhadas a evitar a vacinação contra a Dengue.
  3. Gravidez: A vacina contra a Dengue geralmente não é recomendada durante a gravidez devido à falta de dados sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas e ao risco teórico de complicações para o feto.

Precauções:

  1. Idade: Dependendo da marca da vacina, pode haver restrições de idade para a vacinação. Algumas vacinas podem não ser recomendadas para crianças com menos de 9 anos ou adultos com mais de 45 anos de idade.
  2. Histórico de Infecção por Dengue: Em alguns casos, pessoas que já tiveram Dengue podem ser aconselhadas a adiar a vacinação ou receber a vacina apenas após uma avaliação médica cuidadosa.
  3. Doenças Agudas Graves: Pessoas com doenças agudas graves no momento da vacinação podem ser aconselhadas a adiar a vacinação até a recuperação.

É importante que as pessoas que desejam ser vacinadas contra a Dengue discutam suas preocupações e histórico médico com um profissional de saúde qualificado. 

O médico pode avaliar os riscos e benefícios da vacinação com base na situação individual de cada pessoa e fornecer orientações específicas.

Adotar essas medidas de prevenção pode ajudar a reduzir o risco de contrair Dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos.

Em resumo, a Dengue é uma doença viral grave que pode ser prevenida por meio de vacinação, medidas de controle de mosquitos e hábitos saudáveis. 

Ao conhecer os sintomas, buscar vacinação quando disponível, manter uma alimentação saudável e adotar práticas de prevenção, podemos reduzir significativamente o impacto da Dengue em nossas comunidades.

Lembre-se sempre de consultar um médico se suspeitar que você ou alguém próximo está infectado com Dengue, especialmente se os sintomas forem graves ou persistirem por mais de alguns dias.

Aqui está uma seção adicional sobre os esforços de combate à Dengue no Brasil:

Combate à Dengue no Brasil

O Brasil enfrenta desafios significativos no combate à Dengue, devido às condições climáticas favoráveis e à presença ubíqua do mosquito Aedes aegypti em muitas regiões do país. 

No entanto, o governo brasileiro, em colaboração com organizações de saúde e a comunidade científica, tem implementado diversas estratégias para controlar a propagação da doença.

Programas de Controle de Vetores

O controle do mosquito Aedes aegypti é fundamental para reduzir a incidência de Dengue no Brasil.

 Programas de controle de vetores foram estabelecidos em todo o país, com ênfase na eliminação de criadouros de mosquitos e no uso de inseticidas para reduzir as populações de mosquitos adultos. 

Esses programas são frequentemente coordenados pelas secretarias de saúde locais, em parceria com o Ministério da Saúde.

Monitoramento Epidemiológico

O monitoramento epidemiológico é uma ferramenta essencial para rastrear a incidência de Dengue e identificar áreas de surtos. 

No Brasil, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é utilizado para coletar dados sobre casos de Dengue em todo o país. 

Essas informações são usadas para orientar a alocação de recursos e a implementação de medidas de controle.

Campanhas de Conscientização

Campanhas de conscientização são realizadas regularmente para educar a população sobre a Dengue e promover medidas de prevenção. 

Essas campanhas geralmente incluem a distribuição de materiais educativos, como panfletos e cartazes, além de anúncios em rádio, televisão e mídias sociais. 

O objetivo é aumentar a conscientização sobre os sintomas da Dengue, as medidas de prevenção e a importância de procurar assistência médica em caso de suspeita de infecção.

Pesquisa Científica

O Brasil também é um importante centro de pesquisa sobre a Dengue, com instituições acadêmicas e organizações de saúde pública conduzindo estudos para entender melhor a epidemiologia da doença e desenvolver novas estratégias de controle. 

Pesquisas recentes incluem estudos sobre a eficácia de vacinas, o desenvolvimento de métodos de controle de mosquitos inovadores e a análise de fatores ambientais que influenciam a propagação da Dengue.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar dos esforços empreendidos, o Brasil continua a enfrentar desafios significativos no combate à Dengue, incluindo a resistência dos mosquitos a inseticidas, a urbanização desordenada e a falta de acesso a serviços de saúde em algumas áreas. 

No entanto, avanços na pesquisa científica e o compromisso contínuo das autoridades de saúde oferecem esperança para o futuro.

Em suma, o Brasil está ativamente envolvido no combate à Dengue, adotando uma abordagem multifacetada que combina medidas de controle de vetores, monitoramento epidemiológico, campanhas de conscientização e pesquisa científica. 

Embora os desafios persistam, o país está determinado a reduzir a incidência de Dengue e melhorar a saúde de sua população. 

Este artigo adiciona um contexto importante sobre os esforços específicos do Brasil no combate à Dengue, destacando ações governamentais, programas de saúde e pesquisa científica. 

Esperamos ter contribuido para o esclarecimento de muitas dúvidas sobre a DENGUE! 


LEIA TAMBEM: A PREFEITURA DE PORTO ALEGRE DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGENCIA Com mais de 20 mil ocorrências suspeitas notificadas e 2.227 casos de dengue confirmados na Capital em 2024, conforme boletim epidemiológico